quinta-feira, 17 de julho de 2008

Casa dos Bicos (Lisboa)

Tipologia: Complexo Industrial

Localização: Campo das Cebolas, Sé, Lisboa

Período: Medieval Cristão; Romano

Descrição:
Também chamada de Casa De Brás de Albuquerque (que a mandou construir), a Casa dos Bicos foi construída em 1526, e era destinada à habitação. A sua fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitectónico lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a construir após uma viagem sua a Itália, onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara e o Palácio Bevilaequa, em Bolonha. No entanto, sendo naturalmente menor que este palácios, a distribuição irregular das janelas e das portas, todas de dimensões e formatos distintos, conferem-lhe um certo encanto, reforçado pelo traçado das janelas dos andares superiores, livremente inspiradas nos arcos trilobados da época.
Na sua planta inicial tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental, e ainda dois andares nobres. A fachada menos importante, encontrava-se virada ao rio. Tinha quatro pisos, estando os dois inferiores inseridos no declive da colina.
Com o terramoto de 1755, tudo isto se destruiu e desapareceram os dois andares superiores. Nessa altura, a casa já não era utilizada para habitação, albergando armazéns e lojas. Em 1827, foi adquirida por Caetano Lopes da Silva, um comerciante de bacalhau. Em 1910, foi classificada como Monumento Nacional, e foi adquirida pela Câmara Municipal de Lisboa em 1963.
Em 1983 foi reconstruída para albergar o núcleo da Exposição "A dinastia de Avis e a Europa". Foram também reconstruídos os dois andares que tinham caído aquando do terramoto.
Hoje em dia funciona no monumento o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, estando pois fechada ao público. Grande parte do espólio encontrado neste local, está hoje no Museu da Cidade.

Intervenções Arqueológicas / Trabalhos:
Foram realizadas escavações em 1991, a cargo do arqueólogo Clementino José Gonçalves Amaro, nas quais foi identificado um complexo fabril de salga e conserva de peixe constituído por quatro tanques (cetárias) e respectivas estruturas anexas, datado da época romana. Contudo, já entre 1981 -82, a Casa dos Bicos tinha sido algo de escavações, nas quais foi descoberto um vasto espólio arqueológico e algumas estruturas arquitectónicas que remontam às ocupações primordiais daquele espaço.

Bibliografia:
- AMARO, Clementino José Gonçalves, “Casa dos Bicos: sítio com dois milénios de História”, 1994, Lisboa: Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura
- AUGUSTO, José Manuel Lopes, “Casa dos Bicos: o espelho da história de uma cidade”, Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1996
- CARITA, Hélder e outros, “Elementos para o estudo da Casa dos Bicos”, Lisboa, Pisa Babel, 1983
- MOITA, Irisalva, “A Casa dos Bicos: o sítio e o edifício”, in Revista Municipal, S. 2, N.º 18, 1986, páginas 14-23.
- VICENTE, Manuel, “Da métrica dos Bicos” in Jornal Arquitectos, N.º212, Setembro / Outubro 2003

Netgrafia:
www.guiadacidade.pt/
www.ipa.min-cultura.pt/
www.lifecooler.pt/

Horário:
Segunda a Sexta-feira, das 09:30 às 17:30

Morada:
Rua dos Bacalhoeiros 10-10F
1100-069 Lisboa

Transportes:
Autocarros 9, 28, 35, 39, 46, 59, 81, 82, 90, 104, 105, 107; Eléctricos 18, 25

Contactos:
Telefone – 218810900

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